Em Beautiful Love nos deparamos com um romance doce com a sensação de que estamos lendo a um K-drama romântico entre dois garotos. Além de trazer a representatividade LGBTQIAP+ juntamente com os protagonistas asiáticos, mostrando seu dia a dia e cultura coreana, Beautiful Love traz um toque especial: a representatividade TDAH.
Nos últimos anos pouco se falava sobre TDAH nas mídias, ainda mais em adolescentes e principalmente adultos. A ausência de identificação fazia com que pessoas TDAH ficassem sempre atrás do rótulo de "esquisitas", "com probleminha" ou "é uma preguiçosa", quando na realidade não é nada disso e podermos ver e acompanhar um jovem TDAH quer seja nas telas de um filme ou nas páginas de um livro faz muita diferença.
Atualmente, há toda uma falácia de que todo mundo virou TDAH do nada, mas isso não é verdade. Não havia conversa sobre até pouco tempo. Uma das maneiras de se disseminar esse tipo de coisa é através das mídias. Livros, por exemplo, sempre foram fonte de prazer e poder ler sobre um personagem que age, pensa e sente igual a você? Fantástico. - Rebecca Cunha - Revisora Textual
Junseo é o narrador do livro e ele relembra sua adolescência com muito bom humor, traz reflexões e através das palavras ainda é possível sentir a essência daquele adolescente que vamos acompanhando no desenvolver da história. Ele nos apresenta todos os seus pensamentos do presente e do passado, mesclando suas presepadas, impulsividades, intensidades e também seus medos e inseguranças.
Quando escrevi Beautiful Love, ainda em 2019, tudo o que eu sabia sobre TDAH vinha das pesquisas rasas na internet (que não falava muito sobre o assunto) e cometi algumas falhas, mas diversos leitores TDAHs fizeram questão de me ajudar e lapidar a história final. Conversei com leitores que me emprestaram alguns dos seus momentos para que eu pudesse dar vida ao Junseo, conversei com psicóloga e TDAH para me ajudar a construir e sigo aprendendo sempre.
Eu nunca tive essa referência em casa ou na escola, então sempre foi muito difícil lidar com o Tdah de forma “normal” e de um jeito que as pessoas conseguissem me entender.
Achar um personagem parecido comigo foi como receber um abraço depois de um dia cansativo, ao mesmo tempo em que eu finalmente consegui me sentir parte importante da minha própria vida e tomei coragem pra começar o meu tratamento e aceitar meu diagnóstico. - Diovana
Quando li BL, sendo uma pessoa diagnóstica com TDAH desde criança, vi muito de mim em varias ações, pensamentos e inseguranças do JUN. A relação dele com o mundo lembra bastante de como eu mesma faço isso. Pela primeira vez me senti representada num livro, o TDAH do Jun foi muito bem representado e escrito. - Luiza
Quando li Beautiful Love, ainda mais participando da sua edição, foi uma das coisas mais mágicas que já me aconteceu. Me identifiquei demais. Sério, eu tenho tanto amor e carinho por Beautiful Love pela sua importância, pelo que me fez sentir quando eu lia e relia e lia de novo para deixar tudo bem bonito. É ler um livro inteiro em que você pensa o tempo todo "meudeus, sou eu todinha" e não somente em um trecho ou outro perdido. - Rebecca Cunha
Junseo já foi chamado de "infantil", "mimado", "chorão demais" e "irritante", vindo de alguns leitores que não tiveram a mínima sensibilidade de entender a mente e as atitudes dele, mas hoje em dia essas palavras foram substituidas por "fofo", "engraçado", "sensível" e "inspirador".
A condição dele não é um rótulo, faz parte de quem ele é, de como ele vê o mundo e graças a ele eu e tantas outras pessoas podem dizer: "eu existo e me aceito como sou".
Beautiful love - Quanto tudo começou
Gênero: Literatura Nacional, romance, YA
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